Museu Vivo da Memória Candanga recebe exposição de artistas que retratam suas lembranças afetivas

Da Redação
Foto: Divulgação

Em movimento de reabertura responsável, o Museu Vivo da Memória Candanga abre a exposição “Memórias”, uma coletânea de pinturas de artistas que tiveram como inspiração suas lembranças afetivas. Em cartaz até 28 de novembro, a exposição reúne trabalhos de 15 criadores, totalizando 93 telas que retratam diferentes estilos e técnicas.

O equipamento cultural administrado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal reabre gradualmente dentro de um rígido processo de protocolo de segura e de higiene por conta da pandemia da Covid-19. Agora, são três salões abertos, todos com acesso restrito no limite de visitações, medição de temperatura, uso de álcool em gel e máscara.

A Secretário de Cultura e Economia Criativa planejou a reabertura adaptada de acordo com o protocolo mundial, obedecendo às normas exigidas pelo Conselho Internacional de Museus. Assim, cada espaço reabre com regras exclusivas, levando em conta suas características para garantir a segurança da população.

“A retomada gradual dos espaços culturais do DF faz parte do conjunto coerente de decisões adotadas pelo Governo do Distrito Federal, garantindo para a população opções seguras de consumir cultura, algo tão vital para o ser humano”, conta Bartolomeu Rodrigues.

A gerente Eliane Falcão apontou a exposição “Memórias” como uma alternativa de apreciação segura da arte para o público durante a pandemia. “Essa exposição veio para acender a esperança dos artistas e apreciadores de cultura. Em um momento tão atípico, estamos de portas abertas para manter viva a lembrança de quem sonhou com uma capital federal cheia de oportunidades”, apontou a gerente.

Com a curadoria de Marlus Padovan, a mostra “Memórias” marca a reabertura de mais um dos salões do Museu Vivo, este desativado há alguns anos. Além das cores vivas e misturadas entre pinturas e colagens, uma referência marcante dessa exposição é o amor por Brasília e por sua fauna e flora. Retratos de Juscelino Kubitscheck, pinturas de flores, o famoso Ipê Amarelo e os animais do cerrado são recriados por meio do olhar de artistas que vivem e amam o Distrito Federal.

Donizetti Garcia, um dos artistas da mostra, usou em suas cinco telas uma técnica de metal espelhado sobre madeira, distorcendo o que se observa na obra. Ele aponta que é possível fazer do metal uma obra leve com a qual o espectador pode interagir mirando sua própria imagem refletida. “Por essas telas, temos a possibilidade de representar costumes e vivências de uma cultura e também é possível moldá-las com formas intrigantes para brincar com o olhar. O trabalho com metal é um desafio”, completou.Retratando o momento delicado da seca e das queimadas nas matas, Thea Sisson transmite, de forma lúdica, o grande incêndio que ocorreu na Chapada dos Veadeiros em 2017. Suas telas também mostram animais se refugiando em casas e nas estradas, no sentido de alertar sobre a importância de preservar o meio ambiente. “Este tema é muito atual e o princípio da exposição pode ser usado como referência para todos os biomas”, declarou.

Mineiro de Coromandel, Daniel Resende, 55 anos, veio para Brasília em 1966, com um ano de idade. Com muita cor, detalhes minuciosos a maturidade de traços apurados, ele homenageia Juscelino Kubistchek e o clarinetista de sua cidade natal, Abel Ferreira. “Todas as imagens fazem parte do meu universo cultural, de minhas memórias”, destacou o artista plástico.

O fotógrafo e artista plástico Ronner Oliveira resgata a leveza das coisas, sempre com uma pitada de surrealismo misturada com hiper-realismo. A tela dele favorita da mostra traz um beija-flor, que, para ele, representa o ser, o distanciamento, a ausência e a fragilidade do indivíduo no universo. “Minha obra é sempre uma mistura da fotografia com pintura, e ambas se complementam e deixam em aberto para as múltiplas leituras do fruidor de arte”.

O trabalho de Souza, por sua vez, está relacionado às suas raízes, ao tempo e aos lugares onde viveu. Nele estão elementos próprios do Nordeste do Brasil, principalmente do seu interior, e que fazem parte da nossa matriz social. Todo esse universo do homem simples e de sua família enriquece os seus quadros, sobretudo, com cores quentes e intensas que permitem transmitir otimismo, apesar da dureza da vida das pessoas e das dificuldades do lugar. “Tenho focado minhas obras em figuras do sertão e o dia a dia simples das pessoas em geral”, enfatizou.

Dica:
Exposição “Memórias”
Museu Vivo da Memória Candanga (Via Epia Sul, lote D. Núcleo Bandeirante)
Até 28 de novembro
Visitação: sexta a domingo, das 10h às 16h, somente para três salões expositivos. O parque permanece fechado.
Lotação do salão: 10 pessoas por salão. Completada a capacidade, será formada fila de espera.
Observação: obrigatório o uso de máscara. Será feita medição de temperatura e disponibilizado álcool em gel.
Entrada gratuita

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