Inspirado nas histórias de suas cinco mil colheres de bambu, Alvaro Abreu lança novo livro em Brasília

Da Redação
Foto: Divulgação

Após o sucesso do lançamento em Cachoeiro de Itapemirim (ES), São Paulo (SP) e Vitória (ES), o engenheiro, cronista e colhereiro capixaba Alvaro Abreu lança sua obra em Brasília, no dia 16 de novembro, das 17h às 21h, na Belini Pani & Gastronomia. Em “Viva a Produção Prazerosa – Histórias das colheres de bambu”, seu segundo livro de memórias, o autor conta sua rica experiência como fazedor de colheres de bambu, iniciada há quase três décadas.

No dia 17, às 15h, Alvaro Abreu vai lançar o livro dentro da programação do IV Seminário Nacional do Bambu, no campus da Universidade Estadual de Goiás, em Pirenópolis (GO), ocasião na qual irá falar aos participantes do encontro sobre as ferramentas e os processos de trabalho que utiliza para fazer as colheres de bambu.

Na contramão da tendência de digitalização e automação, Alvaro exalta no livro o prazer em produzir com as próprias mãos e com ferramentas bem simples. E vai além: defende e comprova que fazer bem feito sempre compensa. O texto, escrito em primeira pessoa, é leve, didático e descontraído. Produzido pela Editora Mandacaru, o livro é dividido em 14 capítulos e inúmeras croniquetas, com 264 páginas coloridas e ilustradas com ótimas fotografias.

Nele, Alvaro fala de seu interesse por ferramentas e de sua admiração pelos bambus e apresenta seus métodos de trabalho, suas atitudes, valores e reflexões sobre o fazer bem feito. Ele define a produção prazerosa como um movimento impulsionado por pequenas e grandes emoções, que começam a brotar logo após que se toma a decisão de produzir alguma coisa, qualquer que seja ela. E afirma que outras emoções vão surgindo sucessivamente, a cada etapa do processo, até que o resultado final se apresente e que a sensação de realização se instale e dure por um bom tempo.

Ao trabalhar sem projetos e livre dos males do dinheiro e das imposições de normas, padrões e prazos, ele se move pelos prazeres de fazer algo que lhe agrade. Cada peça é única e seu formato resulta da sucessão de golpes e das restrições e especificidades de cada pedaço do bambu.

Encantamento

No livro, Alvaro descreve seu processo de trabalho como sendo composto por duas atividades que se sucedem em ciclos, até que a peça seja considerada pronta e acabada: a de descobrir um defeito e a de tentar saná-lo. Relata também as iniciativas para divulgar o que faz e as surpreendentes consequências do encantamento de algumas pessoas por suas colheres.

Alvaro não vende as peças que faz e gosta de presentear com uma delas a quem lhe pede. Ele acredita que já tenha feito mais de cinco mil colheres, todas diferentes.

As composições formadas por dezenas de colheres singulares, quando apresentadas em fotos e em exposições, em movimentações que têm envolvido toda a sua família, vêm provocando impacto em muita gente, que se encanta com a variedade de formas e com as texturas do bambu, recurso renovável e abundante.

O livro traz relatos de experiências de expor as colheres de bambu em cidades brasileiras e também da Europa, incluindo oficinas e palestras sobre o prazer de produzir com as mãos. O autor já expôs suas peças em diversas cidades brasileiras e também na Áustria, Alemanha e Suíça. “Faço questão de ministrar oficinas de produção de colheres de bambu e de realizar palestras sobre o prazer de produzir com as mãos. Compartilhar esta experiência com as pessoas representa uma extensão do prazer que alcançou por meio desta atividade”, observa o autor, que compreende o fazer criativo como uma viagem movida por pequenas e grandes emoções.

O lançamento na capital federal vai marcar o reencontro do autor com a cidade onde atuou durante um período muito marcante na sua trajetória profissional. Entre 1980 e 1985, ele foi superintendente de planejamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), fazendo parte de uma equipe que conduziu uma gestão muito arrojada e determinante.

Nesse tempo, ele fez muitos amigos e reforçou a sua ligação afetiva com Brasília, que se estabeleceu quando atuou no Ministério da Educação por três anos, no começo dos anos 1970.  A sua expectativa com o lançamento de “Viva a Produção Prazerosa” é reencontrar pessoas queridas e mostrar o que passou a fazer depois que voltou a viver em Vitória.

Sobre Alvaro Abreu

Alvaro Abreu nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Engenheiro mecânico e mestre em engenharia de produção, foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), assessor no Ministério de Educação (MEC), pró-reitor na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), técnico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), trabalhou no BANDES e é sócio-fundador da TECMARAN, empresa especializada em gestão avançada da produção. Hoje, aos 75 anos, prefere ser conhecido como colhereiro.

No Espírito Santo, atuou na implantação dos centros tecnológicos de metalmecânica, de café, confecções e de mármore e granito, e na criação da Feira de Mármore de Cachoeiro. Apoiou a criação da incubadora TecVitória e do Polo de Software de Vitória.

Casado com Carol há 50 anos, é pai de 5 e avô de 8. Escreveu um livro sobre o infarto que teve aos 46 anos e começou a fazer colheres aos 47. Deve ter feito mais de cinco mil peças com bambu de que recolhe ou ganha dos amigos. Só utiliza ferramentas bem simples: foices, faquinhas, goivas, lixas e cacos de vidro. Não vende as peças que faz e gosta de fazer colheres para pessoas que lhe pedem.

Trabalha diariamente. Sozinho, conversando, sentado na varanda ou andando na beira do mar. Sempre leva ferramentas e pedaços de bambu em suas viagens. Ao fazer colheres, o tempo não é variável relevante. Por convicção.

Já expôs suas colheres em várias cidades brasileiras, incluindo Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e João Pessoa. Sempre a convite de instituições, Alvaro fez exposições com grande sucesso de público em Viena, Munique, Frankfurt e Winterthur, na Suíça.

No acervo do Die Neue Sammlung – International Design Museum, de Munique, estão 52 colheres compridas doadas por Alvaro, em 2002, em atenção ao grande interesse demonstrado por seus dirigentes.

Publicou também “Crônica do meu primeiro infarto” (1996), é um dos autores da antologia “Pandemônio: cronistas brasileiros do século XXI” (2022) e um dos colhereiros da coleção “The Book of Spoon Templates” (2021, The Spoon Crank). Publica crônicas quinzenais no jornal A Gazeta (ES).

Dica:
Lançamento do livro “Viva a Produção Prazerosa – Histórias das Colheres de Bambu”
Autor: Alvaro Abreu
Dia 16 de novembro, quarta-feira, das 17h às 21h
Local: Belini Pani & Gastronomia (CLS 113 Bloco D Loja 35/36)

Editora Mandacaru
264 páginas coloridas, 17×24,3cm
Preço de capa: R$ 80
Venda online: bit.ly/producaoprazerosa

Instagram: @bamboo_spoons

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