Brasília Museu Aberto leva projeções de artistas modernistas para Planaltina e Ceilândia

Da Redação
Foto: Divulgação

Nesta terça-feira (26), no Museu Nacional da República, aconteceu o lançamento da mostra “Brasília Museu Aberto”. Depois de ter suas projeções realizadas no prédio do Congresso Nacional, em 2020, homenageando os 60 anos da cidade, nesta 2ª edição, a mostra será realizada, mais uma vez, em formato virtual, com projeções mapeadas e também com conteúdo disponível na internet através do site e das redes sociais da exposição. O projeto é fruto da exposição original “Brasília- Da Utopia à Capital”, que já foi apresentada em 12 países e que agora, se adaptou a um novo formato, mas sem perder sua importância e reunindo um rico acervo que representa brilhantemente o que há de melhor na recente história da arte brasileira.  A novidade é que, dessa vez, ampliará suas projeções para além do Plano Piloto, levando a história da construção da cidade para duas regiões administrativas: Ceilândia e Planaltina.

São documentos e fotos históricas e atuais, obras de artistas plásticos que viveram essa grande epopeia, que foi a construção da capital no planalto central, e de artistas contemporâneos, que representam o pensamento modernista de uma época, em que Brasília se tornou um marco, com projeto urbanístico único criado por Lúcio Costa e as linhas curvas que fizeram o arquiteto Oscar Niemeyer despontar para o mundo. “Graças a seu caráter único e inovador, o projeto Brasília Museu Aberto resgata, de forma efetiva, a essência da corrente de pensamento que defende um acesso mais amplo e democrático as artes e a cultura. Ao mesmo tempo, esta proposta busca estimular a ressignificação do espaço público a partir das plataformas digitais, e exibições em grande formato em locais estratégicos do DF. Assim, visa potencializar a dimensão de pertencimento do espectador, aproximando-o de conteúdos da sua própria história”, afirma Danielle Athayde, curadora do projeto. Nessa dimensão, o território ressurge como cenário lúdico para a apreciação simbólica de um museu a céu aberto. O espaço exterior, a urbs, transforma-se num palco natural e reforça, a partir da mensagem artística, o elo entre o cidadão e o espaço que ocupa.

O projeto artístico virtual que será mostrado conta com esculturas de Maria Martins, Bruno Giorgi, Marianne Peretti, Victor Brecheret e Alfredo Ceschiatti, pinturas de Carlos Bracher e Alex Flemming, Tarciso Viriato e Galeno, desenhos de Naura Timm, instalações e esculturas de Siron franco, imagens de Ronaldo Duque, além de fotografias de Marcel Gautherot, Mario Fontenelle, Peter Scheier, Gabriel Gondim, Raymond Frajmund, Rui Faquini, Fabio Colombini, João Facó, Orlando Brito e Celso Junior, entre outros.

Um dos destaques do projeto é o acervo formado pelo casal Izolete e Domício Pereira — considerados pioneiros em razão de residirem na nova capital desde 1959, onde exerceram cargos no governo federal e na Novacap (companhia responsável pela construção da cidade) — reúne um raro acervo administrado pelo curador Cláudio Pereira, filho do casal. Composto por obras de diversos períodos da arte brasileira e internacional, a coleção reúne gravuras, fotografias, desenhos, pinturas, esculturas, documentos e objetos que representam um recorte das artes visuais do período e da estética modernista que se estabeleceu no Brasil nas décadas de 1950 e 1960.

O projeto Brasília Museu Aberto conta com um programa educativo cuja proposta é estimular a capacidade criativa das pessoas e a geração de vínculos afetivos com a cidade, a partir de conteúdos e práticas que margeiam os temas da Agenda 2030 da ONU. Com esse propósito, foi produzido um e-book educativo com material pedagógico produzido especialmente para a exposição Brasília Museu Aberto a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A educação tem o papel de elemento transformador, respeitando a diversidade de pensamentos, mas compreendendo as razões e os benefícios socioeconômicos que o título de patrimônio cultural da humanidade oferece à cidade.

Outro assunto abordado é o Cerrado — o maior bioma da América do Sul, que ocupa 22% do território nacional e que também será um dos temas do portal da exposição — num espaço voltado para a divulgação de projetos inspiradores criados por apaixonados pelo Cerrado, além de conteúdos educativos e experiências práticas capazes de conectar as pessoas ao bioma.

Além das projeções expositivas, o projeto prevê ainda um ciclo de palestras, que serão realizadas virtualmente, com transmissão ao vivo pelo YouTube, no canal Brasília Museu Aberto. A realização do Ciclo de Palestras Brasília Museu Aberto 2021 contará com a participação de personalidades convidadas a discutir temas relativos ao patrimônio cultural e suas transversalidades: história, memória, preservação do patrimônio cultural, ressignificação de espaços públicos e arte pós-pandemia.

A partir da experiência obtida na edição do Projeto Museu Aberto 2020, cuja proposta visava a contribuir para a amplificação do acesso aos conteúdos a ele associados, a edição de 2021 define um núcleo constituído por um ciclo de palestras dirigidas a abordagens de temas vinculados ao universo da arte e da cultura. O objetivo é fomentar a troca de experiências com o público em geral sobre essas diversas perspectivas vinculadas ao conteúdo proposto. Por outro lado, pretendemos estimular reflexões acerca da importância da tomada de consciência individual e coletiva dirigida à preservação do nosso patrimônio cultural.

16/11/2021 — 19h
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Sara Seilert
Sara Seilert é curadora e diretora do Museu Nacional da República; mestranda em Museologia pela Universidade de Brasília (UnB); bacharel e licenciada em Artes Visuais pela UnB; e analista de atividades culturais na especialidade Artes Plásticas da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

06/12/2021 — 19h
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Wagner Barja
Wagner Barja é curador, crítico de arte, artista plástico, notório saber em Teoria e História da Arte, Plástica e Arte-Educação, pelo Conselho Superior de Educação/ME, mestre em Arte e Tecnologia da Imagem pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorando em Ciência da Informação pela Faculdade de Ciência da Informação/UnB. Foi diretor do Espaço Cultural 508 Sul/DF (1996/1999), Coordenador Pedagógico e Artístico da Casa de Cultura da América Latina – CAL/DEx/UnB (2000/2007) e Diretor do Museu Nacional da República/DF (2007/2018). Sempre envolvido com investigação e pesquisa da arte, Barja busca desconstruir, com humor e ironia, o linear e o estabelecido. Suas obras fazem parte das principais coleções privadas e acervos institucionais, como, Museu de Arte do Rio MAR, Museu Nacional de Belas Artes RJ, Museu de Arte de Brasília MAB, Acervo da Universidade de Brasília, Museu ONCE, Madri, Espanha, Coleção Cândido Mendes, Coleção Sérgio Carvalho entre outros.

Realização Brasília Museu Aberto 2021
Artetude Cultural
Empresa brasiliense de produção, que tem à frente Danielle Athayde. Foi criada em janeiro de 2004, tendo como missão criar, realizar, divulgar e produzir projetos ligados à arte, à cultura, ao turismo e à natureza brasileira. Desde sua criação, vem desenvolvendo intensa atividade nessas áreas, cujo eixo fundamental se estrutura em um seleto programa de projetos.
www.artetude.com.br

A exposição Brasília Museu Aberto conta com o apoio da lei de incentivo federal e da lei de incentivo do DF, a LIC DF e patrocínio do Sabin, Sesi e Beck´s.

Dica:
Brasília Museu Aberto
Abertura: 26 de outubro- Projeção mapeada na Cúpula do Museu da República
18 de novembro: Projeção mapeada na Casa do Cantador, Ceilândia
23 de novembro: Projeção mapeada no Museu Histórico e Artístico de Planaltina
25 de novembro: Projeção mapeada no Panteão da República
www.brasiliamuseuaberto.com.br
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