Espetáculo “A Aforista” estreia no CCBB Brasília

Da Redação
Foto: Renato Mangolin

No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, o espetáculo traz à cena uma mulher, interpretada por Rosana Stavis (apontada pela crítica como uma das melhores atrizes do teatro brasileiro), que dá o tom singular ao texto do dramaturgo e diretor curitibano Marcos Damaceno (Prêmio Shell de dramaturgia por Homem ao Vento).

Caminhando sem parar em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música, a personagem tem pensamentos acerca de sua própria vida, e os caminhos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”. Caminhos que cada um seguiu que vão da plenitude ao fracasso fatal e o quanto esses caminhos tomados influenciaram inclusive na vida uns dos outros. Trata-se de uma obra teatral por vezes angustiante, frequentemente hilariante.

A Aforista cumpre temporada no Teatro do CCBB Brasília entre os dias 16 de março e 09 de abril. O espetáculo, que estreou no CCBB Rio de Janeiro, segue em turnê pelos CCBB Belo Horizonte e São Paulo, após a temporada em Brasília, com patrocínio da BB Asset, gestora de fundos de investimento do Banco do Brasil.

A peça abre ao público a mente dessa mulher, A Aforista, na qual se sobressaem a confusão como linguagem, o ritmo vertiginoso, o excesso de informações, as digressões, além de boas doses de ansiedade e perturbação. Quais são as nossas escolhas? Que decisões tomamos? Que caminhos seguimos? Nossos sonhos, desejos e sentimentos, como lidamos com eles? O pensamento é o lugar onde se passa a peça.

A narradora verbaliza em um estado próximo ao devaneio – ou, melhor, da loucura – onde seus pensamentos, lembranças e imaginação fluem líricos em certos momentos, pesarosos em outros, tornam-se pouco imaginativos e medianos em certos trechos, para logo em seguida flertarem com a filosofia e o sublime, tornando-se expansivos, contraditórios e, principalmente, com confusões e associações próprias da mente humana em nossos dias.

É uma arquitetura mental em espiral, de pensamentos entrecortados por outros pensamentos que se interrompem e são retomados em um looping sem fim. São narrativas densas e sôfregas que ficam hilariantes. Pensamentos sublimes e elevados que escorregam para o grotesco, assim como é a vida da gente.

Sinopse

A peça apresenta como um dos personagens centrais o famoso pianista John Marcos Martins. Outro pianista, Polacoviski, tem um destino trágico. A história se desenvolve a partir das lembranças, pensamentos e imaginação da terceira personagem, a narradora, amiga de John Marcos Martins e de Polacoviski, e por eles apelidada de aforista*.

– É uma peça sobre as decisões que tomamos. Sobre as nossas escolhas. Os caminhos que seguimos. E onde eles nos levam. É também uma peça sobre nossos sonhos. Sobre nossos desejos, principalmente de quando jovens. E de como lidamos com eles. Como lidamos com nossas frustrações. Nossas insatisfações: “ser artista é saber lidar com as frustrações” – diz a aforista. Enfim, como toda peça de teatro, de como lidamos com os nossos sentimentos. E de como lidamos com os nossos pensamentos. Ela, a narradora, a aforista, está sempre pensando e andando. O pensamento é o lugar onde se passa a peça: “andando vamos resolvendo as perturbações do pensamento” – diz a aforista, enquanto anda e pensa.

Dica:
A Aforista
De 16 de março a 09 de abril. De quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Ingresso: R$ 30,00 (inteira), e R$ 15 (a meia para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência (e acompanhante, quando indispensável para locomoção), adultos maiores de 60 anos e clientes BB)
Ponto de venda: www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília
Classificação indicativa: 16 anos
Instagram: @ccbbbrasilia