Da Redação
Foto: Divulgação
Dias 13 e 14 de dezembro, a capital do país vai se transformar no centro da cultura indígena, durante o “Brasil é Terra Indígena”. O festival promete retratar uma síntese da diversidade de pensamentos e estéticas dos mais de 300 povos indígenas do Brasil com show, uma ampla feira de arte e uma série de debates de temas urgentes e contemporâneos no país. Com entrada gratuita, os artistas de origem dos povos originários brasileiros vão promover um intercâmbio cultural. Os Bro Mc’s convidam o rapper Xamã ao palco. Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro são os convidados do show das Suraras do Tapajós. Gean Pankararu leva para a sua apresentação o cantor Lenine. Já Mariene de Castro participa do show da cantora Djuena Tikuna.
O line-up completo de artistas indígenas conta com Djuena Tikuna, Kaê Guajajara, Siba Puri, DJ Rapha Anacé, Tainara Takua, Gean Pankararu, Heloisa Araújo Tukue, Brisa Flow, DJ Eric Terena, MC Anarandá, Katú Mirim, Edvan Fulni-ô, Suraras do Tapajós, LaManxi, Brô MC’s e Grandão Vaqueiro.
Além da programação de shows, o Brasil é Terra Indígena tem exposições de arte e debates sobre riqueza cultural e bioeconomia. O festival tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, articulação do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) e apoio do Ministério da Cultura e do Ministério dos Povos Indígenas.“Nossa missão com o Festival Brasília é Terra Indígena é oferecer, espaço, estrutura e visibilidade a artistas indígenas dos nossos seis biomas. Nossa festa carrega consigo a nossa luta por direitos, por isso a importância de ter junto de nós artistas que são aliados da nossa causa”, define Priscila Tapajowara, coordenadorado evento.
Criado como um ato político e cultural, o projeto é uma ação que une o contemporâneo e o tradicional como forma de elevar e dinamizar a produção cultural indígena e a auto-sustentação dos povos originários brasileiros. É neste rico cenário que são apresentadas riquezas no campo da música, artes plásticas, dança, economia criativa, bioeconomia, moda e gastronomia.
A ideia é criar um portal e visibilidade para artistas indígenas. “Temos muitos artistas indígenas produzindo música de qualidade altíssima, mas ainda sem visibilidade. É justamente esse cenário que queremos mudar”, detalha a coordenadora do evento. “O festival Brasil É Terra Indígena vai mostrar a potência da produção e da criação cultural dos povos originários. Nós, do Instituto Cultural Vale, estamos comprometidos em apoiar e dar visibilidade à pauta e ao protagonismo das populações indígenas”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
Arte indígena
Parte integrante do festival, a Feira de Arte dos Povos Indígenas apresenta e valoriza formas de expressão de artistas indígenas, como uma plataforma para a inclusão social. A feira, aberta nos dois dias de festival das 9 às 20h, tem curadoria do arquiteto Marcelo Rosenbaum e destaca a importância da bioeconomia como ferramenta para a permanência nos territórios ancestrais e a salvaguarda do meio ambiente. Estão convidados para expor seus trabalhos 80 artistas, vindos de todos os seis biomas brasileiros e integrantes dos povos como Yanomami, Macuxi, Terena, Baré, Ashaninka, Kadiwéu, Guarani, Guajajara, Tremembé, Wauja e Mehinaku.
Diálogos
Promovendo o intercâmbio social e cultural com os povos indígenas, o Espaço Tecnologia e Ancestralidade é um espaço criado para abrigar debates e rodas de conversa. Neste ambiente uma das atividades apresentadas é o talk show “Comunicação Indígena e Suas Narrativas”. Participam deste amplo debate entidades e associações como Mídia Indígena, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Grande Assembleia dos Povos Guarani e Kaiowá (ATy Guasu), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste (Arpinsudeste), Comissão Guarani Yvyrupa e o Conselho do Povo Terena.
Confira a programação completa dos talk shows:
13 de dezembro
11h – Talk Show: Comunicação Indígena e suas Narrativas
Mediação: Erisvan Guajajara – Mídia Indígena
Convidados:
– Samela Sateré Mawé – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
– Mitã Xipaya – Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
(Coiab)
– Sally Nhandewa – Grande Assembleia dos povos Guarani e Kaiowá (Aty Guasu)
– Ziel Karapotó – Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste,
Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme)
– Gabriel Karai – Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul)
– Jovino Guarani – Comissão Guarani Yvyrupa (CGY)
– Cicero Terena – Conselho do Povo Terena
– Vanessa Kaingang – Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul)
14h – Talk Show: Economia ancestral e a Sociobiodiversidade
Mediadora: Tipuici Manoki – Comunicadora e artesã indígena
Convidados:
– Lu Tariano – Coordenadora do Departamento de Negócios Socioambientais da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN)
– Adriana Ramos – Secretária Executiva do Instituto Socioambiental e coordenadora do Observatório do Clima
– Lucia Alberta – Diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)
– Juliano Salgado – Cineasta e Presidente do Instituto Terra
– Marcelo Rosenbaum – Fundador do Instituto A Gente Transforma, arquiteto e designer
16h – Talk Show: Diálogo sobre a ocupação indígena na moda
Mediação: Samela Sateré Mawé – comunicadora e influenciadora digital
Convidados:
– Patricia Naiara Kamayura – Estilista indígena Xingu
– Rodrigo Tremembé – Estilista e design de moda
– Weena Tikuna – Artista indígena e produtora de moda
– Sioduhi Lima – Estilista do povo Piratapuya
17h30 – Talk Show: Música Indígena no Topo
Mediadora: Djuena Tikuna
Convidados:
– Brô MCs
– Heloisa Araújo Tukue
– Erick Terena
– Gean Pankararu
– Edvan Fulni-ô
– Owerá
– Katú Mirim
14 de dezembro
10h – Talk Show: Questões climáticas, o que é isso?
Mediadora: Jozileia Kaingang
Convidados:
– Marina Silva – Ministra do MInistério do Meio Ambiente
– Max Maciel – Deputado distrital
– Conceição Amorim – Assistente social e professora do estado do Maranhão
– Beka Munduruku – Comunicadora da Mídia Indígena e do Coletivo Daje Kapap Eypi
– Suliete Baré – Coordenadora geral de Enfrentamento à Crise Climática do Ministério dos Povos Indígenas (MPI)
Dica:
Festival Brasil É Terra Indígena
Atrações musicais:
13 dezembro, a partir das 19h e 14 de dezembro, a partir das 18h
Feira de Arte dos Povos Indígenas: 13 e 14 de dezembro, das 9 às 20h
Espaço Tecnologia e Ancestralidade: talk shows dias 13 e 14 dezembro, a partir das 10h
Local: Museu Nacional da República
Entrada gratuita
Classificação Indicativa: Livre
Instagram: @festivalindigena