Mostra coletiva exibe peças escultóricas em cerâmica

Da Redação
Foto: Divulgação

Quando se fala em peças de cerâmica de alta temperatura logo vem a imagem de utilitários, mas em “Intemperismos – Barro, fogo e arte”, os artistas Débora Amorim, Emiliano Nunes, Isabel Se Oh, Júlia Pinheiro e Rodrigo Machado mostram que a produção em cerâmica pode ir além.

“Intemperismos – Barro, fogo e arte”, com curadoria de Clauder Diniz, entra em cartaz na Galeria do Quanto Café, dia 6 de janeiro, onde permanece até 15 de fevereiro. Aberta de segunda a domingo, sempre das 8h às 21h, a exposição tem entrada franca e classificação indicativa livre para todos os públicos.

Criado pelo curador, o nome da mostra exprime a delicadeza da matéria utilizada pelos artistas para a criação de suas obras. O barro, ou argila, é composto de micropartículas, resultado da intempérie física das rochas, depositadas em leitos de rios ou barrancos das margens. Destaca, ainda, o processo de queima, quando é levado à alta temperatura para se tornar cerâmica, e ressalta a possibilidade de transformar aquilo que um dia foi grão em arte.

“Ceramistas operam seu universo onde o tempo é senhor. Dominam o barro, recolhem, sovam, exploram com o tato as possibilidades, sovam mais e mais, controlam a argila que se esforça para ser dona do seu destino, e a queima por horas, pacientemente entregues, muitas vezes, ao acaso. É necessário dar acabamento, levar ao fogo novamente e esperar esfriar”, observa Clauder.

É neste jogo de calma, paciência e na intimidade de seus ateliês, que as e os artistas, reunidos nesta mostra, exploram as múltiplas possibilidades do material para revelar potências criativas, expressar sentimentos e provocar emoções, ao conceberem suas peças. Uníssonos, no entanto, afirmam que a experimentação caminha lado a lado com a pesquisa e o estudo, onde o objetivo é aprimorar os processos de criação.

Débora Amorim conecta-se com o presente e busca ligação com suas divindades para criar as Máscaras apresentadas na mostra. Já Emiliano Nunes, trabalha formas orgânicas para dar vazão aos sentimentos e expressar o onírico mais que o real. Enquanto Rodrigo Machado entrega-se à intuição e ao fluir criativo para construir obras provocativas.

Júlia Pinheiro deixa o feminino à mostra em sua personagem, a Cordélia, que carrega algo de projeção e identificação interna, sem obedecer a contornos padronizados. Partindo de referências autobiográficas ou do que a atrai, Isabel Se Oh manifesta lembranças, medos e saudades em peças onde a expressividade ganha corpo.

Sobre uma exposição de cerâmica na qual o protagonismo está em apresentar ao público obras artísticas, distintas das peças utilitárias comumente vistas, Isabel compartilha que “trata-se de evidenciar todas as possibilidades plásticas e expressivas dessa matéria, a argila”, e Júlia acrescenta que por ser “enriquecedor para o campo artístico que a cerâmica esteja incluída também em exposições, pois agrega ao trabalho um valor não costumeiramente atribuído a ela”.

A provocação para a realização da mostra partiu de Rodrigo, porém, a produção se deu coletivamente, com todos e todas executando tarefas. Para Débora “é uma alegria poder estar ao lado de amigos e parceiros de trabalho nesta mostra”, ponto de vista compartilhado por Rodrigo.

Dica:
Exposição Intemperismos – Barro, fogo e arte
Curadoria: Clauder Diniz
Artistas: Débora Amorim, Emiliano Nunes, Isabel Se Oh, Júlia Pinheiro e Rodrigo Machado
De 6 de janeiro a 15 de fevereiro, de segunda a domingo, das 9h às 21h
Local: Galeria do Quanto Café (CLN 103, Bloco A, Loja 52)
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Instagram: @intemperismos @quanto.cafe