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Vem aí a 25ª edição do maior festival de artes cênicas da região central do Brasil

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Da Redação
Foto: Divulgação

Espetáculos internacionais inéditos no País, estreias nacionais e encenações premiadas compõem a programação do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília, que chega à 25ª edição em 2024. De 5 a 17 de novembro, o teatro, a dança e a música irão ocupar os palcos (e as ruas) da capital brasileira, com todo o vigor deste que é um dos cinco maiores festivais de artes cênicas do Brasil. Logo na abertura, “Deserto”, primeira adaptação brasileira da obra e das memórias do escritor chileno Roberto Bolaño, com dramaturgia e direção de Luiz Felipe Reis e atuação de Renato Livera, que poderá ser visto no Teatro dos Bancários, nos dias 5 e 6, às 20h.

Ao longo de 13 dias, nos teatros do Espaço Cultural Renato Russo, Teatro dos Bancários, Centro Cultural da ADUnB, Cine Brasília, espaços urbanos e nos palcos das unidades do SESC em Taguatinga e Ceilândia, o público poderá assistir a espetáculos, shows, filmes, num total de 20 atrações. E especialmente para os artistas, as atividades formativas incluem oficinas, residência e os Encontros do Cena. Um grande painel da produção artística contemporânea, acompanhado de momentos de aprofundamento e reflexão.

O CENA CONTEMPORÂNEA tem direção geral de Guilherme Reis e o patrocínio oficial da Petrobras e do Ministério da Cultura, através do Programa Petrobras Cultural e da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE FUTURO

Como lidar com o apagamento de alguém, de um povo, de uma obra? Como evitá-lo? Como recuperar a história, afirmar identidades e construir pontes para o amanhã? Estas são questões que permeiam os espetáculos da programação do 25º Cena Contemporânea, ao lado de reflexões sobre dramaturgia, literatura e auto ficção.

A programação abre com “Deserto”, um profundo mergulho do dramaturgo e diretor Luiz Felipe Reis na obra do escritor chileno Roberto Bolaño. Além dos escritos do autor, a encenação discute o estado desértico do mundo hoje, vivendo uma crise civilizatória e climática que desertifica imaginários e subjetividades. Paralelamente, o festival apresenta “Future Lovers”, da companhia espanhola La Tristura, que propõe a aproximação com a geração que herdou o planeta como está, um mundo hiper estimulado e tecnológico, e que nos oferece um olhar sobre as novas formas de relacionamento e de amor.

“no hay banda”, do autor e ator argentino Martín Flores Cardenas, é obra performática inclassificável, que indaga sobre a eternidade do teatro, tendo a história pessoal do artista como ponto de partida. Biografias também são o centro de “Não me entrego, não!”, monólogo em que Othon Bastos, o maior ator brasileiro vivo, comemora 91 anos de vida e 70 de carreira, com dramaturgia e direção de Flávio Marinho; e “A Escultura”, no qual a coreógrafa, bailarina e atriz Yara De Cunto, de 85 anos e com deficiência visual, oferece um passeio por sua vida, a partir de dramaturgia e direção de Adriano Guimarães.

A relação de diferentes criadores com suas mães e as diversas maneiras de elaboração do luto pela perda estão no foco de três encenações. “Between me and you”, do Canadá, mescla teatro e dança para apresentar uma conversa íntima, fluida, imaginária da coreógrafa e bailarina Heidi Strauss com sua mãe. “Azira’i”, que rendeu à atriz indígena Zahy Tentehar o Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2024, aborda a relevância da ancestralidade, a partir da história de sua mãe, a primeira pajé mulher de seu povo, e comenta os processos de aculturação, sob a direção de Denise Stutz e Duda Rios. E “Meu nome: mamãe” é uma poética obra em que o ator Aury Porto aborda, com leveza e bom humor, o desaparecimento gradual de sua mãe, acometida pela doença do Alzheimer.

IDENTIDADE – Um recorte da história da rainha dos reinos de Ndongo e Matamba, situados na região atual de Angola, no século XVII, é tema do espetáculo “Nzinga”. Idealizado e dirigido por Aysha Nascimento, Bruno Garcia e Flávio Rodrigues, a encenação propõe uma imersão nos repertórios culturais das matrizes bantu. É também sobre a memória ancestral dos corpos pretos que trata “Danúbio”, novo espetáculo do dramaturgo e diretor Jonathan Andrade, que estreia no CENA.

De Manaus vem a estreia de “Sebastião”, novo e potente trabalho do Ateliê 23 que traz o tema do preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+. A obra é uma resposta artística e bem-humorada da companhia a reações violentas suscitadas por um clipe em que bailarinos gays dançavam dentro de uma igreja. Histórias reais também inspiram a narrativa de “Me Escuta (No teatro)”, espetáculo originalmente criado para espaços abertos e que faz sua estreia no palco durante o festival. Dirigido por Miriam Virna, a obra leva para a cena histórias verdadeiras coletadas nas ruas do Distrito Federal.

“Memória Matriz”, da Cia Lumiato, aborda a construção da identidade de gênero feminino, ao levar para a cena a relação entre mãe e filha, atravessada por histórias de família e legados geracionais. E em “Júpiter e a Gaivota – É impossível viver sem o teatro”, da companhia S.A.I., está uma leitura feminina, contemporânea e brasileira do clássico “A Gaivota”, de Tchecov, assinada por Ada Luana. A encenação faz sua estreia no Brasil durante o Cena Contemporânea, depois de participar do The Alexandrinsky International Theater Festival, em São Petersburgo.

TEATRO DE RUA – Na Praça Central do Varjão será possível assistir a “Umbigo do Infinito”, do Coletivo Truvação. Escrita e dirigida por Yuri Fidelis, a peça apresenta a história de uma mulher que busca encontrar a cura para suas dores em um mundo em que não há humanos, apenas criaturas.

SHOW E EXIBIÇÕES CINEMATOGRÁFICAS – Na segunda semana de festival, o Cine Brasília vai receber o Programa Cena Petrobras, com o show “Paulo Miklos ao Vivo” e a exibição de dois longas-metragens em que o teatro dialoga com a linguagem cinematográfica, assinados por diretoras com origem nos palcos.

O repertório de “Paulo Miklos ao Vivo” traz músicas dos álbuns “Do Amor não Vai Sobrar Ninguém” (2022) e “A Gente Mora no Agora” (2017), além de sucessos dos Titãs, como “Pra Dizer Adeus” (de Nando Reis e Toni Bellotto), “Comida” (Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sergio Britto) e “Flores” (Tony Bellotto / Charles Gavin / Paulo Miklos / Sergio Britto), além de uma releitura de “É Preciso Saber Viver” (de Roberto e Erasmo Carlos) e da canção “Vou Te Encontrar” (de Nando Reis), lançada com grande sucesso como single. No programa estão ainda versões ao vivo para “Um Misto de Todas as Coisas”, “Todo Esse Querer” e “Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém”, todas de sua autoria, além da parceria com Emicida em “A Lei desse Troço”, entre outras.

Dentre as exibições cinematográficas, será possível assistir, em primeira mão no Brasil, ao filme “Reas”, um documentário musical extraordinário dirigido pela dramaturga e encenadora argentina Lola Arias e ambientado em uma prisão feminina na Argentina. E ainda “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, adaptação da diretora brasileira Bia Lessa para o clássico “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.

ATIVIDADES FORMATIVAS – Além dos espetáculos, o Cena Contemporânea programou uma série de eventos de formação, como a oficina “O corpo do ator”, a ser ministrada pelo artista argentino Martín Cárdenas Flores, e uma oficina de movimento com a coreógrafa e performer canadense Heidi Strauss. Também haverá uma residência com a atriz e diretora Giovana Soar, que vai dirigir a leitura dramática da obra “No Canal à Esquerda”, do autor Alex Van Warmerdam, como parte do lançamento da coleção Dramaturgia Holandesa, da editora Cobogó em parceria com o Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil. E nas tardes de quarta-feira, haverá os Encontros do Cena, um espaço para debater e aprofundar temas como ancestralidade, identidade, etarismo, sempre sob a luz da criação cênica.

PROGRAMAÇÃO
SEGUNDA, 04/11
18h30 às 22h – Abertura com encontro festivo – Falas institucionais e homenagens – DJ Flavia Aguiar | Performance | Homenagens | DJs Criolina

TERÇA, 05/11
20h30 – Deserto – Teatro dos Bancários

QUARTA, 06/11
15h às 18h – Encontros do Cena – Sala Marco Antonio Guimarães do Espaço Cultural Renato Russo
19h – no hay banda – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h30 – Deserto – Teatro dos Bancários
20h30 – Memória Matriz – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo (com coleta de resíduo eletrônico)

QUINTA, 07/11
10h às 13h – O corpo do ator – Oficina com Martín Flores Cárdenas – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
19h – no hay banda – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h30 – Memória Matriz – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo (com coleta de resíduo eletrônico)

SEXTA, 08/11
10h às 13h – O corpo do ator – Oficina com Martín Flores Cárdenas – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
19h – no hay banda – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h30 – A Escultura – Teatro dos Bancários – sessão com audiodescrição e tradução em Libras

SÁBADO, 09/11
20h – Manifesto do eu só – Teatro Sesc Paulo Autran de Taguatinga
20h30 – A Escultura – Teatro dos Bancários
20h30 – Danubio – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

DOMINGO, 10/11
19h – Nzinga – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h – Manifesto do eu só – Teatro Sesc Paulo Autran de Taguatinga
20h30 – A Escultura – Teatro dos Bancários
20h30 – Danubio – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

SEGUNDA, 11/11
20h – Nzinga – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h30 – Show Paulo Miklos ao Vivo – Cine Brasília

TERÇA, 12/11
17h30 – Leitura dramática e lançamento do livro “Canal à esquerda” – Sala Marco Antonio Guimarães do Espaço Cultural Renato Russo
18h – Filme ‘O Diabo na Rua, No Meio do Redemunho’ – Cine Brasília
20h – Filme ‘Reas’ – Cine Brasília
20h30 – Não me entrego, não! – Centro Cultural da ADUnB
20h30 – Sebastião – Teatro dos Bancários
20h30 – Azira’i – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

QUARTA, 13/11
10h às 13h – Oficina Tempo Rei com Aury Porto (SP) – Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia
15h às 18h – Encontros do Cena – Sala Marco Antonio Guimarães do Espaço Cultural Renato Russo
19h – Between me and you – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h30 – Não me entrego, não! – Centro Cultural da ADUnB
20h30 – Sebastião – Teatro dos Bancários
20h30 – Azira’i – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

QUINTA, 14/11
19h – Between me and you – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo

SEXTA, 15/11
10h às 13h – Oficina com Heidi Strauss – Canadá
18h30 – Me escuta – Teatro Sesc 504 Sul
20h – Meu nome: Mamãe – Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia
20h – Júpiter e a Gaivota – É impossível viver sem o teatro – Teatro dos Bancários
20h30 – Future Lovers – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

SÁBADO, 16/11
18h30 – Me escuta – Teatro Sesc 504 Sul
19h – Meu nome: Mamãe – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
19h – Umbigo do Infinito – Praça Central do Varjão
20h – Júpiter e a Gaivota – É impossível viver sem o teatro – Teatro dos Bancários
20h – Sebastião – Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia
20h30 – Future Lovers – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

DOMINGO, 17/11
18h30 – Me escuta – Teatro Sesc 504 Sul
19h – Meu nome: Mamãe – Sala Multiuso do Espaço Cultural Renato Russo
20h – Júpiter e a Gaivota – É impossível viver sem o teatro – Teatro dos Bancários
20h – 0 Danúbio – Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia
20h30 – Future Lovers – Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo

*Haverá coleta de resíduos eletrônicos no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul e no Centro Cultural da ADUnB.

Dica:
25º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília
De 5 a 17 de novembro
Locais: Espaço Cultural Renato Russo, Teatro dos Bancários, Centro Cultural da ADUnB, Cine Brasília, Teatro Sesc Paulo Autran de Taguatinga, Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia
Horários: ver programação
Ingressos para espetáculos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Entrada gratuita nas sessões em Taguatinga e Ceilândia
@cenacontemporanea_brasilia

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