Arraiá em setembro? Secec fomenta Circuito de Quadrilha e reacende o arrasta-pé no DF

Da Redação /Secec DF
Foto: Divulgação

“Arraiá” em setembro? Tem, sim, senhor! Estreia neste sábado (19) e vai até 11 de outubro o “XX Circuito de Quadrilhas Juninas do DF”. Fomentado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, o projeto surge repaginado por conta da pandemia, em modo remoto, levando, ao mundo, a força da festa de um dos segmentos culturais mais populares do país. Foram aportados R$ 483 mil com geração de 150 empregos diretos e indiretos, envolvendo 31 grupos. Cada um deles receberá um cachê de R$ 10 mil para o coletivo, o que atinge um universo de 1.500 quadrilheiros beneficiados.

Esse não é o primeiro aporte para os grupos juninos neste período de pandemia. A Secec está em fase final de habilitação do edital Brasília Junina, que destinou R$ 501 mil para 40 organizações de quadrilhas juninas do DF como reconhecimento a suas trajetórias. “São alternativas encontradas pelo Governo do Distrito Federal para auxiliar estes agentes culturais em momento em que grandes eventos, como estes, estão suspensos em decorrência da pandemia da Covid-19”, conta o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.

Para evitar aglomerações nas apresentações, o Circuito de Quadrilhas contará com a apresentação de um casal de dançarinos representando 31 Regiões Administrativas e cidades do Entorno do DF. Simultaneamente, a coreografia será embalada por sete bandas de forró locais, com repertório dedicado aos clássicos do xote, baião e diversos estilos de forró. As “lives” serão distribuídas por quatro fins de semana, nos quais um forrozeiro será homenageado em cada evento por meio dos temas apresentados na arena de dança.

Considerando o movimento junino um elemento democrático e de forte diversidade cultural, a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Mirella Ximenes, parabenizou o empenho da equipe para que a tradição fosse mantida, mesmo que on-line. “Os eventos juninos são manifestações culturais regionais que marcam a identidade do brasileiro. Como no DF as influências do Nordeste são muito fortes, a tradição das festas juninas permanece crescente aqui e no Entorno” ressaltou.

Produzido pela Organização de Sociedade Civil (OSC) Grêmio Recreativo Arraia Formiga da Roça e pela Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno – LINQ/DFE,  o Circuito de Quadrilhas é regido pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), em que os recursos têm origem em emenda parlamentar – dinheiro do orçamento do Estado com destinação indicada por parlamentares distritais e federais com finalidades de interesse público.

Representante da quadrilha “Ribuliço de Ceilândia” Aurélio Oliveira conta que a pandemia foi algo preocupante para as quadrilhas juninas do DF, que normalmente iniciam seus trabalhos em janeiro de cada ano, efetuando gastos de produção que seriam quitados ao longo dos meses. “A sensibilidade e empenho da Secec de não desamparar o movimento junino veio como o fôlego necessário para que esse segmento cultural tão expressivo e importante possa dar continuidade ao trabalho”, celebrou Aurélio.

O novo modelo de apresentação foi repensado, garantindo a continuidade do trabalho dos grupos, que atuam em comunidade para manter uma das manifestações populares mais importantes do país, cumprindo todos os protocolos de higiene e segurança exigidos por conta da pandemia (uso obrigatório de máscara, medição de temperatura e higienização com álcool em gel).

Por dia, serão transmitidas apenas quatro apresentações de grupos juninos, com intervalo de 30 minutos entre os grupos para que não haja aglomeração e seja feita a higienização do local para a entrada do próximo. Durante a pausa, a festa continua com shows dos grupos de Forró. O local das apresentações foi escolhido cuidadosamente por estar situado em ponto centralizado e acessível, em Samambaia. Além disso, a arena de dança conta com um espaço de 660m, mais que o triplo do espaço necessário para uma apresentação comum. Não haverá público presencial.

Patrese Ricardo, presidente do Grêmio Recreativo Formiga da Roça, fala da sensação de se reinventar neste momento. Otimista, ele conta que a pandemia possibilitou que o Circuito se tornasse o primeiro evento junino a se apresentar em formato digital no país. “Esse trabalho é fruto do enorme esforço de dançarinos, brincantes, cenógrafos, coreógrafos, sonoplastas e líderes de grupos juninos. Eles movimentam a segunda maior cadeia produtiva do segmento cultural do Distrito Federal”, destacou.

À frente do grupo Formiga da Roça, Francisco de Assis observa que, mesmo que as apresentações se reduzam a uma parte pequena de cada grupo, o projeto atenderá, por meio de suas atividades, aproximadamente 1.500 quadrilheiros. “Estimamos que o evento chegue a público superior a 10 mil pessoas durante as transmissões, pois serão trabalhadas de modo maciço em todas as redes sociais, convidando o público para prestigiar e lembrar o significado que a cultura popular representa para Brasil”, enfatizou.

Dica:
XX Circuito de Quadrilhas da LINQDFE
Edição especial on-line
Transmissão pelo canais do YouTube: TV Formiga e LINQDFE
De 19 de setembro a 11 de outubro
Classificação Indicativa: Livre
Evento gratuito

Fonte: Ascom/Secec DF