Da Redação
Foto: Divulgação
Quem nasceu em Brasília ou vive aqui há muito tempo conhece bem a importância do Conic- conglomerado formado por 13 edifícios- projetado por Lúcio Costa e inaugurado em 1961, concebido para ser um Centro cosmopolita na área central de Brasília, com espaços para cafés, restaurantes, galerias, teatros e estabelecimentos comerciais, bem no coração da cidade em uma área batizada de Setor de Diversões Sul. Durante muito tempo cumpriu esse papel contando com empreendimentos e escritórios de peso, antes da chegada dos shoppings centers, mas nunca perdeu o seu DNA cultural para o qual foi criado, e ainda mantém essa efervescência com festas e locais frequentados por artistas locais e até nacionais. Prova disso, foi a compra de uma sala pelo famoso designer brasileiro, com reconhecimento internacional, Humberto Campana que fez questão de adquirir um imóvel no local.
E não foi por acaso, que o brasiliense Antonio Aversa e seu sócio Roberto Corrieri escolheram o edifício Eldorado para instalar sua galeria Mercato + Antiguidades +Design, que abre no dia 19 de junho, em um movimento de revitalização do Conic, colocando esse local icônico da capital de volta ao circuito das artes e tornando parada obrigatória para um público ávido por artes plásticas, antiguidades, mobiliário de designers e exposições, entre outras atividades. Com projeto arquitetônico assinado pelo paulista Gabriel Fernandes, a Mercato conta com uma escada modernista em espiral e concreto, que dá acesso aos convidados que forem visitar o local, localizado em frente ao Sesi Lab , com vista privilegiada para a Esplanada dos Ministérios.
Além da realização de mostras com diferentes artistas locais e nacionais, os sócios Antonio e Roberto terão disponíveis para os clientes um mix de peças com mobiliários da década de 60 e 70 de designers de renomes como Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Tunico Lages, entre outros, pinturas do século XIX, obras de artistas contemporâneos, em um ambiente descolado e chique para receber arquitetos, decoradores, corpo diplomático, colecionadores e amantes das artes em geral. “Eu nasci e cresci nessa cidade, onde acompanhei o meu pai, o artista plástico Paulino Aversa, registrar em suas pinturas os monumentos e o modo de vida do brasiliense. Ter uma galeria localizada em um lugar tão emblemático, como o Conic, é muito especial e uma forma de ajudar a revitalizar prédios históricos localizados no centro da cidade. Um movimento que vem acontecendo em todas as grandes metrópoles e que em Brasília não é diferente”, afirma Aversa.
EXPOSIÇÃO LELLI ORLEANS E BRAGANÇA
A galeria já estreia, em grande estilo, com a exposição de vinte telas da artista plástica Maria Gabriela de Orléans e Bragança, mais conhecida por Lelli Orleans e Bragança, nome que adotou na vida artística e pessoal. Descendente da Princesa Isabel por parte de pai e dos reis da Baviera por parte de mãe, Lelli nasceu no Paraná e cresceu em Vassouras onde morou com os pais e onze irmãos, até se mudar para o Rio de Janeiro para cursar a faculdade de Comunicação Visual. Após se formar decidiu aprofundar os estudos no famoso instituto Van der Kelen, na Bélgica. Lá aperfeiçoou seu estilo e aprendeu a difícil técnica de “trompe l’oeil”, adquirindo um conhecimento detalhado de perspectiva e reprodução de mármore, pedra e madeira sobre tela e outras superfícies. Durante vários anos permaneceu pintando na Europa até voltar para o Brasil e passar a retratar as florestas brasileiras.
As obras de Lelli registram a floresta tropical exuberante em infinitos tons de verde, pássaros surgindo na neblina, o toque de uma borboleta… sempre, com telas que são janelas para a beleza natural dos trópicos, vista pela perspectiva única da artista. Seus trabalhos revelam o perfeccionismo de sua arte, em um estilo atemporal, mais impressionista do que realista. As paisagens são principalmente de uma natureza intocada, onde pássaros exóticos e borboletas são os animais mais retratados, o homem raramente perturba essa paz. “Quando estou pintando, minha meta é criar um oásis de paz e tranquilidade. Minhas paisagens não revelam tudo à primeira vista, o olhar do observador precisa percorrer e explorar o quadro para encontrar os detalhes escondidos”, afirma a artista em suas telas que beiram o abstrato, com tonalidades de cor em múltiplas camadas, mas com uma essência figurativa.
Pinceladas delicadas realçam cenários de uma natureza frondosa, por vezes misteriosa, que surge em seus quadros, com clareiras mágicas que se abrem sobre infinitos mundos naturais, como uma lente grande-angular que pode levar o olhar para horizontes distantes, ou trazê-lo para dentro de um microcosmo habitado por coloridos insetos tropicais. Seus pássaros são excepcionais, voando pela floresta ou pousados sobre galhos, quase saltam das telas com suas plumagens exuberantes. A exposição de Lelli permanecerá na galeria Mercato + Antiguidades + Design por tempo indeterminado.
Dica:
Exposição Lelli de Orleans e Bragança
A partir de 19 de junho, por tempo indeterminado
Horário de funcionamento: De segunda a sábado, das 12h às 18h
Local: Galeria Mercato + Antiguidades + Design (Mezanino do Edifício Eldorado, no Conic)
Instagram: @lelliobraganca @espacomercato