Da Redação
Foto: Divulgação
Foi em uma oficina fomentada pelo FAC (Fundo de Apoio à Cultura-DF), em 2017, que “Trilhas, Noite cheia de Lua de Sol” começou a ser forjada. Nas dinâmicas propostas com o objetivo de despertar novos talentos para a dramaturgia, o texto da participante Cláudia Andrade chamou a atenção do dramaturgo Maurício Arruda (Cia Armazém), à frente da Oficina. “Você é uma roteirista de mão cheia, com muita fluência em pensar imagens que dizem muito das personagens. E isso é ótimo porque nem todo dramaturgo tem essa capacidade. Do ponto de vista especificamente dramatúrgico, vejo que você criou personagens interessantes e que são boas de por sobre o palco e a história é próxima de nós”, avaliou Maurício. E foi assim que a oficina Caminhos abriu passagem para as Trilhas que Cláudia nos apresenta em sua peça de estreia, com temporada confirmada entre 06 e 10 de abril, no Teatro Galpão, no Espaço Cultural Renato Russo.
“TRILHAS propõe a desconstrução de padrões estigmatizados, deixa uma incógnita no ar em uma dramaturgia aberta, onde suas personagens podem ser decifradas diferentemente por cada espectadora ou espectador – e suas próprias histórias. Trazer Trilhas para a cena é revelar e aproximar o Brasil em suas diferenças. Estou muito feliz com a oportunidade de realizar esse projeto e ansiosa para apresentá-lo ao público de nossa cidade”, afirma a autora.
Profissional polivalente, Cláudia, que é formada em Rádio, TV e Cinema pela UnB, vem atuando como atriz, produtora, consultora, jornalista, fotógrafa ao longo de uma carreira de 40 anos. Então, mesmo com bastante experiência no meio artístico, a estreia como dramaturga é um desafio estimulante. E o fato de seu primeiro texto dramatúrgico ter sido contemplado para montagem pelo FAC-DF reforça a confiança de que essa trilha é certa.
Nessa travessia, ela tem a companhia de muita gente boa, a começar pelo ator, diretor e dramaturgo, o mestre Humberto Pedrancini, responsável pela preparação das três atrizes: a própria Cláudia Andrade, Eloisa Cunha e Genice Barego. Nos bastidores, Ana Quintas (designer de luz e coordenação técnica), Aníbal Alexandre e Laura Campestrini (videoarte e videomapping); Aroldo Lopes (cenotécnico e montagem); Carolina Braga (assistente de ensaios), Charlote Vilela (assessoria de imprensa); Elisa Mattos (gestão administrativa e financeira e produção executiva); Fernanda Alpino (operação de som), Gabriel Ikeda e Moisés Mualém (fotografia e registro audiovisual); Gaivota Naves e Leila Guimarães (designer gráfico e mídias sociais); Guilherme Cabral e Rosa Morbach (assistente de produção); Jayaliila Andrade (assistente de áudio); Jolson Pessoa (motorista); Jorge Luiz e Marina Falcão (coordenação de produção e produção); Lemar Rezende (técnico de montagem); Lipe Duque (captação de imagens para videoarte); Leila Guimarães (mídias Sociais), Maria Carmen (cenário e figurino) e Mateus Ferrari (composição e produção musical).
A temporada de “Trilhas, Noite cheia de Lua de Sol” constará, inicialmente, de seis sessões. Destas, uma contará com interpretação em libras, possibilitando a pessoas surdas e não usuárias da língua portuguesa a imersão no espetáculo. 40 alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) também serão convidados a assistir a uma das sessões, com direito a transporte até o local. Inclusivo, o Espaço Renato Russo oferece acessibilidade estrutural, com banheiros especiais, reserva de espaços para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, rampas e corrimões.
Sobre
Em “Trilhas, Noite cheia de Lua de Sol”, Cláudia propõe a integração das artes cênicas com as artes plásticas e visuais (videoarte), o audiovisual e a música para abordar as histórias de Silvia e Gimena, entremeadas pelas intervenções de Gaivota. A trama é contada por uma narrativa cênica-musical-imagética, pontuada por um repertório eclético de canções emblemáticas de várias épocas, que falam ao coração destas personagens. Mulheres operárias do sistema, viajantes e andarilhas dos caminhos da vida, trilhados ora por vontade própria, ora por necessidade, ora por força do momento, ora pelo destino.
A história se dá a partir do encontro de duas mulheres de meia idade, de origens e perfis socioeconômico e cultural visivelmente distintos. Silvia (Eloisa Cunha) é uma mulher cosmopolita, alta executiva, refinada, rica e bastante vaidosa que vem da agitada vida das metrópoles. Gimena (Claudia Andrade) é do campo, da singeleza da vida do interior, do sertão, simples e de fortes tradições e crenças. Ambas possuem uma vasta cultura. Inicia-se ao cair da tarde, numa parada de ônibus erma, em algum lugar do interior do Brasil, onde estes contrastes são latentes e reais.
A narrativa se desenvolve ao longo da estrada, onde as histórias de vida destas mulheres – representantes de muitas outras – são desveladas liricamente ao longo da inusitada viagem, repleta de surpresas, mitos, lendas e revelações. Um verdadeiro encontro de almas, apesar das diferenças. Pontuando esta jornada, está Gaivota (Genice Barego), uma figura agênera, excêntrica e atemporal, misto de andarilha e xamã, que atua por vezes de forma alheia a cena e, por outras, de forma interativa.
Dica:
Trilhas, Noite Cheia de Lua de Sol
De 6 a 10 de abril. De quarta a sábado, às 20h. Domingo, às 19h
Local: Teatro Galpão – Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul
Ingressos: 10,00 (inteira) – 5,00 (meia)
Ponto de Vendas: www.ingressodigital.com ; Na bilheteria do Teatro ás 17h – no dia do espetáculo
Classificação indicativa: 16 anos
Instagram: @trilhasnoitecheiadeluadesol