Da Redação
Foto: Divulgação
O monólogo “Cora do Rio Vermelho”, com dramaturgia de Leonardo Simões, estreia no CCBB Brasília, em novo projeto de circulação com o patrocínio da Petrobras. A peça que visa celebrar os 135 anos da eterna poetisa, contista e doceira, Cora Coralina, estará em cartaz nos dias 24, 25 e 26 de maio. As sessões de sexta, às 20h, de sábado, também às 20h, e de domingo, às 18h, contarão com intérprete em Libras e serão seguidas de bate-papo entre a equipe e os espectadores. Todas as apresentações terão notas introdutórias com informações para ampliar a acessibilidade das pessoas com deficiência visual.
O projeto de circulação nomeado “Cora do Rio Vermelho – no coração do Brasil” contará com apresentações por 6 estados e 11 cidades da região centro-oeste e norte do Brasil: Brasília, Porto Velho, Cacoal, Campo Grande, Dourados, Palmas, Belém, Cuiabá, Goiânia, Pirenópolis e Cidade de Goiás e. A iniciativa conta com o incentivo fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Governo Federal e tem o Patrocínio oficial da Petrobras/Programa Petrobras Cultural.
Além do espetáculo, o projeto contará com a Oficina “Frutos da Terra”, ministrada pelo diretor Isaac Bernat, que visa desenvolver – através de exercícios de sensibilização – o papel que o ato de contar histórias individualmente e em grupo pode ter no reconhecimento da identidade do ator e/ou do indivíduo como parte da sociedade. O trabalho parte da pesquisa sobre os griots, que são os mestres da palavra e a memória do continente africano. Informações e inscrições gratuitas para participar da oficina em Brasília no site bb.com.br/cultura e no perfil do Instagram @coradoriovermelho.
Em Brasília, a peça terá estreia em maio de 2024, mês que celebra A Literatura Brasileira (1º de maio) e também faz uma ode a esta escritora que considerava Brasília “o milagre brasileiro”.
Sobre ‘Cora do Rio Vermelho”- O espetáculo solo faz um passeio pela vida e obra de Cora Coralina e propõe uma relação de cumplicidade entre a atriz e a plateia, com momentos intimistas e divertidos. A peça nasceu da vontade da atriz Raquel Penner montar o seu primeiro monólogo. Para ter ideias, ela começou a anotar frases, desejos e pensamentos soltos que, frequentemente, falavam sobre o universo da mulher brasileira. Ao reler a obra de Cora Coralina, percebeu que a poesia e os contos da escritora e doceira goiana iam justamente de encontro à sua inquietação artística.
A atriz diz que esse se trata de um trabalho “forte e delicado”, assim como a escrita da poeta. “Cora Coralina foi uma mulher múltipla e libertária. Removeu pedras e abriu caminhos para outras mulheres. Há pouco mais de 10 anos, tive meu primeiro encontro com ela, em uma exposição no CCBB-RJ. Fiquei encantada por aquela senhora do interior do Brasil que falava firme e cantado, fazia doces e escrevia poesia, celebrava a vida e a simplicidade. Quando a reencontrei, a partir de um livro do Drummond, percebi que tudo o que eu queria dizer no palco estava ali”, lembra Raquel.
A dramaturgia reúne passagens de sua vida e diversos poemas retirados dos livros “Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”; “Meu Livro de Cordel”; “Villa Boa de Goyaz”; e “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”. “A partir de um recorte sensível de obras feito pela Raquel e com a toada poética de Cora, busquei nessa abordagem teatral uma geografia de sensibilidade e memórias, uma paisagem sonora que a atriz observa e traduz a partir do simbólico quarto de escrita, mesclada aos seus fazeres de doçura”, explica o autor Leonardo Simões.
Ao longo da encenação, aparecem algumas músicas populares, unindo vozes femininas de cantoras-atrizes do cenário teatral brasileiro: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle. Em “Cora do Rio Vermelho” (o título se refere ao rio que banha Goiás), a atriz se torna uma contadora de histórias atravessada pelo amor e pela entrega que Cora dedicou a sua tradição e a sua gente.
Para o diretor, Isaac Bernat: “Há anos, uma das célebres frases da poeta conduz o meu comportamento artístico e profissional: Todo trabalho é digno de ser bem-feito’. E esta mesma frase também orienta o que espero e procuro oferecer às pessoas. Como bem disse Carlos Drummond de Andrade: ‘Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil Velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária’”, celebra.
Cora Coralina – Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina (1889 – 1985) é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Nascida na cidade de Goiás, ela viveu mais de quatro décadas em São Paulo. Apesar de escrever seus versos desde a adolescência, ganhava a vida como doceira, e seu primeiro livro só foi publicado em junho de 1965, quando tinha quase 76 anos de idade. Escreveu sobre os lugares onde viveu, as pessoas com as quais se relacionou e a natureza que observava.
Dica:
Cora do Rio Vermelho
Dias 24, 25 e 26 de maio. Sexta, às 20h; Sábado, às 18h e 20h; Domingo, às 16h e 18h
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
As sessões de sexta, às 20h, de sábado, também às 20h, e de domingo, às 18h, contarão com intérprete em Libras e serão seguidas de bate-papo entre a equipe e os espectadores.
Ingresso: R$ 30,00 (inteira), e R$ 15 (a meia para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência (e acompanhante, quando indispensável para locomoção), adultos maiores de 60 anos e clientes BB),
Classificação indicativa: 10 anos
Instagram: @coradoriovermelho @ccbbbrasilia
Oficina “Frutos da Terra”, com Isaac Bernat
Dias 23 e 24 de maio, das 14h às 18h