Projeto “Divas do Samba” homenageia Beth Carvalho

Da Redação
Foto: Divulgação

O samba pede passagem na Capital Federal para homenagear Beth Carvalho, uma das nossas maiores representantes! A terceira edição do projeto Divas do Samba, um projeto da Beco da Coruja Produções, reúne esse ano grandes intérpretes e sambistas de diversas gerações, de diversos cantos do Brasil, para esse tributo a uma das maiores damas do samba. Beth Carvalho será interpretada por Nilze Carvalho, Kiki Oliveira, Mirian Marques, Ana Costa, Dhi Ribeiro e Paula Lima.

Com músicas e histórias da vida de Beth Carvalho, o projeto quer ressaltar a importância da sambista e compositora para a cultura brasileira. As cantoras mostrarão ao público a importância da mulher no samba e a força da cultura brasileira através de músicas. “O samba, no seu início, foi dominado pelos homens numa época onde a mulher não tinha nenhum espaço e tampouco ocupava as rodas de samba do país”, lembra Ellen Oliveira, idealizadora do projeto. “E o festival mostra a evolução desse processo e os espaços conquistados arduamente por mulheres como Beth Carvalho”, conclui.

Beth Carvalho nasceu em 1964. Seu pai foi cassado pelo golpe militar por ter pensamentos de esquerda. E para segurar a barra pesada que sua família enfrentou durante a ditadura, passou a dar aulas de violão para 40 alunos. Graças à formação política recebida de seus pais, Beth Carvalho é uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais brasileiros e de outros povos. Um exemplo foi a conquista, ao lado do cantor Lobão e de outros companheiros da classe artística, de um fato que até então era inédito no mundo: a numeração dos discos. Frequentadora assídua do samba, foi madrinha de artistas como o grupo Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha, Arlindo Cruz, Luis Carlos da Vila, Jorge Aragão e muitos outros.

Além dos shows, o Festival Divas do Samba investe promove inclusão por meio de ações de acessibilidade. Uma área em frente ao palco será destinada a pessoas com deficiência, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.  Também haverá interpretação em libras e audiodescrição.

Programação:

– Sexta 21/10
Nilze Carvalho (RJ)
Ao ser flagrada pelo irmão mais velho tocando “Acorda Maria Bonita” no cavaquinho, Nilze Carvalho, aos 5 anos, começava uma história de amor com a música. Iniciou carreira internacional aos 15 anos, fazendo turnês em países como Itália, Espanha, França, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Japão, Argentina, China e Austrália. De volta ao Brasil, em 2000, Nilze e seus colegas de faculdade fundam o grupo Sururu na Roda _ eleito o Melhor Grupo de Samba no Prêmio da Música Brasileira 2014.  Seu último CD, produzido pela própria Nilze e Zé Luis Maia, “Verde Amarelo Negro Anil” foi indicado ao GRAMMY LATINO 2015 pela categoria melhor Álbum de SAMBA/PAGODE. Além de cantora, instrumentista, compositora e produtora, Nilze fez licenciatura em música pela UNI-Rio e, atualmente, é apresentadora do programa SAMBALAIO, na Rádio Roquette Pinto (todas as segundas-feiras às 14h).

Kiki Oliveira (DF)
Filha de maranhenses, a cantora Kiki Oliveira desde sua infância recebeu fortes influências musicais do pai, amante da música brasileira, especialmente do Samba, sendo ele sua maior herança.  Integrou o projeto “Nós Negras”, uma homenagem às divas do samba, ao lado das cantoras Cris Pereira, Dhi Ribeiro, Kris Maciel, Teresa Lopes, Renata Jambeiro. Também integrou o Projeto “Mulheres de Samba” onde grande parte das musicistas da cidade se reúne em uma grande roda de samba. Tem se dedicado a sua carreira como cantora buscando sempre transmitir toda a emoção que carrega. Reconhecida pelo público e músicos da cidade como a “voz da emoção”, quem a escuta sente-se abraçado pela melodia e timbre diferenciado!

Miriam Marques (DF)
Cantora, arranjadora, multi-instrumentista, professora de música e preparadora vocal, Miriam Marques começou sua carreira como autodidata. Aos 14 anos, aprendeu violão. Interessou-se por outros instrumentos como a guitarra, a bateria, violoncelo, trombone e cavaquinho. Iniciou os estudos formais em música, em 2003, na Escola de Música de Brasília. Em 2016, ingressou para o Mestrado acadêmico da universidade Brasília, no programa de Pós-Graduação Música em Contexto, tendo como tema de pesquisa “A, B, C, D do samba – construção da identidade vocal no samba – papel das cantoras Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes e Dona Ivone Lara”, finalizado em dezembro de 2018. Dedica-se, atualmente, à divulgação e circulação de seus dois trabalhos autorais, o primeiro álbum, Mirian Marques – Eu Sou Assim – gravado no estúdio Orbis, em Brasília, nos meses de Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020, sob a técnica de Marcos Pagani, produção e direção musical de Hamilton Pinheiro e distribuído digitalmente pela Tratore. Neste disco, Mirian Marques apresenta suas composições e assina os arranjos, além da produção executiva.

– Sábado 22/10
Ana Costa (RJ)
Cantora, compositora e violonista Ana Costa, afilhada musical de Martinho da Vila, é um dos nomes mais representativos da revitalização do samba no Rio de Janeiro, desde a década de 90 dedica-se o ano inteiro ao movimento do samba com seu repertório repleto de sucessos que encantam a todas as gerações. Com uma trajetória de sucesso, indicada quatro vezes como melhor cantora de samba no Prêmio da Música Brasileira, a artista foi eleita Revelação no 5º Prêmio Rival Petrobras de Música. Com 5 CDs e 1 DVD lançados, além do recente single Sempre que der, produzindo em tempos de quarentena, Ana vem conduzindo a carreira consciente do próprio valor e das próprias possibilidades de êxito.  Nos últimos tempos dedicou-se a algumas de suas facetas, a de compositora, arranjadora e produtora musical. Com sua parceira musical de muitos anos, Zélia Duncan, compôs 16 músicas que foram gravadas no álbum “Eu sou mulher, eu sou feliz” um projeto especial lançado pela Biscoito Fino, diversas cantoras da MPB interpretando músicas que falam da alma feminina, suas alegrias e dissabores.

Dhi Ribeiro (DF)
Quem já respirou em uma roda de samba em Brasília, conhece o trabalho dessa mulher! Uma das vozes mais marcantes do samba brasiliense não podia ficar de fora do Divas do Samba. Com 31 anos dedicados à música, Dhi Ribeiro é uma das maiores representantes do samba no DF. Com domínio de um repertório que passa por várias vertentes do samba, no seu último DVD focou no tema afro, com inspiração na diáspora negra. Dhi canta o sincretismo religioso, sambas de romance, sambas de roda, tudo tratado com as cores da mulher moderna e empoderada. Banda: Victor Angeleas e Márcio Marinho + Paula Zimbres + Larissa Umaytá + Yara Alvarenga.

Paula Lima  (SP)
Paula Lima com sua voz singular, tem história na música brasileira. Paulistana, nascida no bairro da Vila Mariana, formada em Direito, pela Universidade Mackenzie e piano erudito. A diva, como é chamada por muitos, acumula cinco álbuns solos que rodaram o país e o mundo. “É Isso Aí”, seu primeiro, foi sucesso de crítica e público, e com ele, Paula foi indicada como cantora revelação no Prêmio Multishow. Depois vieram “Paula Lima” e “Sinceramente”, indicado ao Prêmio TIM, como melhor álbum de MPB. Ela também recebeu o Prêmio de Melhor Cantora, pelo Troféu Raça Negra. Na sequência vieram “Outro Esquema” e o aclamado DVD atemporal “Sambachic”. Em 2015, Paula apresentou “O Samba é do Bem” , álbum indicado ao Grammy Latino que traz “Clareou”, hit composto para ela, que é sucesso nacional. Desde sempre, a cantora teve como marca registrada seu balanço, swing e soul singular. Integrou a banda “Funk Como Le Gusta”, fazendo a releitura de “Meu Guarda-Chuva”, grande sucesso nacional.

Dica:
Divas do Samba
Dias 21 e 22 de outubro, a partir de 20h
Local: Clube do Choro de Brasília
Ingresso solidário mediante doação de 1kg de alimento não-perecível
Instagram: @clubedochoro