GDF começa a se preparar para uma possível segunda onda do coronavírus. Conheça as primeiras medidas

Da Redação
Foto: Renato Alves / Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal já está organizado para o enfrentamento de uma possível segunda onda do novo coronavírus Sars-CoV-2. Durante coletiva de imprensa virtual, na manhã desta segunda-feira (30), o secretário de saúde Osnei Okumoto afirmou que um inquérito epidemiológico, envolvendo mais de 100 profissionais de saúde, será aplicado nas 34 regiões administrativas a partir desta quarta-feira (2).

“O DF apresentou um aumento, não tão acentuado, do índice de transmissão do coronavírus. Estávamos com índice abaixo de 1 e agora estamos registrando a marca de 1,3 . O inquérito epidemiológico vai nos trazer dados mais precisos sobre a chegada de uma possível segunda onda de Covid-19. Mas nós estamos aqui para demonstrar que o GDF está preparado para fazer este enfrentamento”, garantiu o secretário de saúde.

Osnei Okumoto aproveitou a oportunidade para pedir a mobilização da população. “É importante que a sociedade faça a sua parte respeitando o distanciamento social, mantendo o uso de máscara e, caso tenha sido testado positivo, respeitar o isolamento de 14 dias”, declarou o secretário de Saúde.

O secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, expôs os números de leitos a serem disponibilizados no DF para o tratamento de pacientes com coronavírus. “Em 8 de agosto, o DF registrou o auge de 532 pacientes internados em leitos de UCI e UTI. A nossa meta é disponibilizar esse mesmo quantitativo de cobertura. Isso é possível porque temos a capacidade de converter leitos não-Covid para leitos de Covid”, explicou.

Petrus Sanches disse ainda que “o novo Hospital de Ceilândia logo será equipado com 60 leitos que estavam no hospital de campanha Mané Garrincha. Tudo isso é para garantir todo o atendimento necessário à população”, pontuou.

O presidente do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), Paulo Ricardo Silva, falou sobre os atendimentos nas UPAs e nos hospitais de Base e de Santa Maria. “Estamos articulando um plano em parceria com a Secretaria de Saúde. Estamos à disposição da secretaria como retaguarda, usando as unidades básicas de saúde como porta de entrada de pacientes com coronavírus e, havendo necessidade, forneceremos atendimentos em nossos hospitais”, afirmou Paulo Ricardo Silva.

O inquérito será realizado por meio de amostragem e sorteio, com busca ativa das pessoas para fazer os testes. Serão sorteados 230 pessoas em cada região administrativa para fazerem exames e identificar se estão com anticorpos, ou não.

A Secretaria de Saúde conta com o apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio-DF) que fez a doação de 10 mil testes para serem usados nesta investigação. Foram solicitados 34 profissionais da Atenção Primária e 34 bombeiros e viaturas, além de 34 profissionais do Serviço Social do Comércio (Sesc). Os exames iniciam por Ceilândia, com previsão de conclusão para o dia 20 dezembro.

No último domingo (29), foram registrados 627 casos novos de Covid-19 e cinco óbitos. A taxa de transmissão R(t) do DF, calculada na semana encerrada em 27/10 está em 1,3. Foram registradas 30 RAs com R(t) acima de 1 (conforme tabela) correspondendo a 88% das RAs do DF com aumento. Isso indica a expansão da transmissão da doença no DF. Os dados foram captados do Lacen, laboratórios privados e sistemas oficiais do Ministério da Saúde.

A rede pública possui leitos de UTI e enfermaria reservados para atender pessoas acometidas com o novo coronavírus. São 205 leitos de UTI Covid em nove hospitais. Desses, segundo dados registrados na noite de domingo (29), 124 estão vagos.

Também existem leitos de UCI e Ucin, que possuem suporte para ventilação mecânica. São 112 de UCI e Ucin, em dez hospitais. Destes, 66 estão vagos. Leitos de enfermaria são 293 no total, com 129 vagos. De enfermaria são 290 leitos em 3 hospitais, mais o Hospital de Campanha da PM. Hoje, são 130 leitos vagos.

A obra do Hospital de Campanha de Ceilândia foi entregue na sexta-feira (27) após avaliação da Subsecretaria de Infraestrutura. Estão sendo tomadas as providências para equipar o hospital e contratar as empresas prestadoras de serviços que ficarão responsáveis pela limpeza e segurança da unidade.

Todos os equipamentos que serão instalados no Hospital de Campanha de Ceilândia são oriundos do Hospital de Campanha do Mané Garrincha. O hospital terá 60 leitos, sendo 20 de suporte respiratório e 40 de enfermaria. O investimento foi de R$ 10,4 milhões.

A unidade receberá somente casos de pacientes com Covid-19. Em contrapartida, o Hospital Acoplado ao HRC será desativado e após uma ação de limpeza e desinfecção de, pelo menos dois dias, será utilizado para ampliar o atendimento aos pacientes da emergência da Clínica Médica do HRC.

Fonte: Agência Brasília

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