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Assim como o vestido, o bolo e a fotografia, o vinho também deve ser selecionado com carinho para o casamento. No entanto, como o buffet da festa é sempre variado, passando por canapés, vários tipos de massas, proteínas, doces e bolo, a escolha dos rótulos pode se tornar um grande desafio. O mais coringa é o espumante, devido a sua capacidade de harmonizar com qualquer tipo de comida.
“Antigamente, os espumantes eram servidos erroneamente, em uma temperatura acima do correto. Por isso, ninguém aguentava harmonizá-los com as comidas. Eles eram utilizados somente para brindar”, explica Rafael Sá*. Mas, hoje em dia, a história mudou. Os espumantes protagonizam grandes harmonizações, sendo, portanto, excelentes para um jantar a dois e, principalmente, para um casamento, cheio de convidados de todos os estilos.
E, por falar em convidados de diferentes estilos, o espumante deve agradar a todos. Portanto, nada melhor que um equilibrado, nem muito seco nem muito doce. Nada de extra brut ou de moscatel. O ideal é um brut leve. Além disso, está probido gastar pouco nos espumantes. Rótulos muito baratos costumam ser gasosos demais, estufando o esôfago e o estômago, além de não serem maduros o suficiente, terem acidez elevada e, claro, colaborarem para a famigerada ressaca. Por fim, é bom escolher só branco ou só rosé, para não confundir os garçons e não correr o risco de acabar um e só sobrar outro. Para as fotos, os rosés são mais vistosos.
O Champagne ainda é usado, geralmente na hora do brinde para os noivos. Como é mais caro, exige uma ocasião mais especial, que, no geral, é no momento do brinde em frente ao bolo. O casal também pode optar por fazer o brinde com um espumante que fez parte da história deles.
Mas, para quem não abre mão do tinto, é importante lembrar que a saída dele é menor. Enquanto, no geral, cada garrafa de espumante serve quatro pessoas, a de vinho tinto, doze. “Não é bom pegar nem suave demais, nem seco demais”, diz Rafael. Para tentar harmonizar com a infinidade de opções no Buffet, o ideal é pegar um vinho feito de uma uva “meio termo”, como o Pinot Noir, o Carmenère ou o Tempranillo. Segundo Rafael, não há restrições quanto a países, mas o mais gastronômico seria a Itália. Sendo assim, vale investir em um Primitivo jovem, da região da Puglia, que é menos encorpado que os mais velhos. A uva primitivo tem muita doçura no paladar.
*Rafael Sá, Sommelier da Pires de Sá Vinhos