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A partir do dia 24 de novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, o público vai poder conferir a exposição “Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras”. A mostra, que ficará em cartaz até o dia 20 de janeiro de 2019, traz 67 pinturas que retratam a arte pictórica italiana do período entra a Primeira Guerra Mundial e o pós-Segunda Guerra Mundial. Esta foi uma das mais férteis épocas para a arte moderna italiana, que criou novas expressões artísticas com seus melhores expoentes. Entre eles, Giorgio De Chirico, Felice Casorati, Carlo Carrà, Afro Basaldella, Renato Guttuso, Mario Sironi e, em especial, Amedeo Modigliani.
A realização da exposição é uma importante parceria entre a Embaixada da Itália em Brasília, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, o Consulado Geral da Itália e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.
As obras expostas no CCBB foram adquiridas entre 1946 e 1947 por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, e sua esposa, Yolanda Penteado, para a criação do antigo Museu de Arte Moderna de São Paulo. A exposição em Brasília é uma versão itinerante da mostra realizada no MAC USP em 2013, resultante de pesquisa acadêmica, em andamento, sobre as coleções de arte moderna do Museu.
As obras selecionadas demostram a intensa troca entre o ambiente artístico modernista brasileiro e italiano no entreguerras e constituem, possivelmente, a mais importante coleção de pintura moderna italiana da primeira metade do século XX fora da Itália. Trata-se, ainda, do único conjunto representativo em continente americano.
Um dos destaques da mostra em Brasília é “Autorretrato”, de Amedeo Modigliani. Pela primeira vez, a preciosa obra de arte sairá de São Paulo para outra cidade do Brasil. “Autorretrato” é datada de 1919, pouco tempo antes da morte de Modigliani, aos 35 anos, por complicações da tuberculose.
Ana Magalhães, curadora e docente do MAC USP, observa que a exposição fornece pistas para compreender o cenário da arte moderna à época da criação das instituições artísticas brasileiras. Revela também um panorama da arte italiana, entre 1919 e 1940, no qual predominava uma arte figurativa, baseada na noção de realismo, em diálogo com a tradição clássica. No caso de São Paulo, um estilo de valores próximo era encontrado em artistas do Grupo Santa Helena, como Fúlvio Pennacchi.
“A coleção comprada na Itália para o antigo MAMSP tem, portanto, uma relação direta com o meio artístico brasileiro dos anos de 1930 e aparece como o produto das trocas que eram estabelecidas no entreguerras entre os artistas e críticos brasileiros e o meio artístico italiano”, diz a curadora.
O Embaixador da Itália, Antonio Bernardini, também expressou sua alegria em poder trazer para Brasília esta importantíssima exposição: “É uma enorme satisfação poder apresentar ao público de Brasília a obra ‘Autoritratto’, de Amedeo Modigliani (1919), sem dúvida a mais importante e preciosa da coleção. Temos o prazer de poder oferecer ao público de Brasília uma iniciativa de grande alcance, qualidade e valor cultural. Uma iniciativa que é também oportunidade para testemunhar como a troca e o interesse artístico, duradouro e recíproco, uniram e unem, ainda hoje, a Itália e o Brasil, graças à beleza da linguagem da arte e à partilha de nossas heranças e da nossa história.”
Dica:
Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras
De 24 de novembro a 20 de janeiro de 2019, das 9h às 21h
Local: Galeria I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Ingressos: Entrada gratuita mediante retirada de ingressos na bilheteria
Classificação Indicativa: Livre
Mais informações: 3108-7600